domingo, 14 de março de 2010

Histórias Buziáticas

MENSAGEM PUBLICADA PELA PROFESSORA ANA VIEIRA 7º ANO


Este é o primeiro texto seleccionado, redigido por uma aluna, a propósito de uma actividade que fizemos na aula: a continuação de uma frase retirada do conto de Sophia de Mello B. Andresen «O Búzio».A frase aparece entre aspas, o resto é fruto da imaginação desta «Princesa».
Histórias Buziáticas

«Quando eu era pequena, passava às vezes pela praia um velho louco e vagabundo a quem chamavam o Búzio.»
Envergava um fato de marinheiro, que parecia da “loja dos trezentos”. Era uma loja gigante, onde tudo se encontrava a apenas 1€. Tudo, como quem diz nada. Mesmo com muita variedade faltavam algumas coisas, como chocolate.
O velho cheirava a mar, e apenas a mar. Não posso dizer que era solitário, estava sempre acompanhado pelo seu único e fiel amigo, o Concha. O Concha tinha uma “pata de pau” e uma pala nos olhos. Já dá para imaginar o que vai sair daqui…
Todas as manhãs o velho sentava-se num rochedo, que até já baptizei, chamei-o “Sentado”, e olhava para o mar.
Um dia decidi aproximar-me, dizer-lhe olá, e perguntar no que pensava. Não tinha intenções de o ofender, só o queria ajudar.
O velho, contente com a minha “coragem”, explicou-me que estava a pensar nas suas aventuras. Há já alguns anos, estava calmamente a fumar um charuto, no seu lindo barco de papel quando uma grande baleia branca saltou das águas calmas do mar azul e destruiu o seu barco. E com tanta força, que conseguiu atirá-lo borda fora, partir a perna ao cão e cegar um dos seus olhos!
Desde então todos os dias olhava para o mar, sentado no “Sentado”, à espera que a baleia voltasse para devolver o que lhe tirou e o que tirou ao seu cão.
Achei estranho porque uma vez dei banho a uma boneca de papelão e ela morreu. Provavelmente era alérgica a champô de maçã. Perguntei-me como é que um barco de papel não morria também.
Depois também achei que as baleias não comiam papel, e ainda por cima salgado por causa da água do mar…
No dia seguinte, o velho desapareceu, ele e o seu cão, e nunca mais voltou.
Mapuda, 7º 3ª


MENSAGEM PUBLICADA PELA PROFESSORA ANA VIEIRA