domingo, 24 de outubro de 2010

Uma história de amor

1938. Munique (Alemanha).


Phillip estava na praça principal do seu pequeno bairro a observar as belas flores que cobriam as árvores como se as quisessem proteger. Os pássaros chilreavam numa leve melodia.


Ele era judeu, tinha 20 anos e, por conseguinte, apenas estava interessado e concentrado em aproveitar a vida ao máximo, não pensando, assim, em coisas menos importantes, como o seu namoro pouco sério com Ann, uma rapariga do bairro de baixo.


Ela, também judia, tinha 19 anos, sendo uma figura esbelta, os seus louros cabelos dançavam com um simples toque de vento, aparentando serem ondas do mar que, com uma fina cobertura de ouro, eram calorosamente preciosas. Ela, também pouco se importava com a sua relação com Phillip, considerava que ainda tinha bastante tempo para se preocupar com isso.


Já havia decorrido alguns anos desde que Adolf Hitler chegara ao poder total.


Mais anos se passavam, as rosas do jardim de Ann desabrochavam, prevendo tempestades. Uma rude brisa trazia o boato de que judeus começavam a ser perseguidos e capturados.


Certo dia, Phillip lanchava calmamente, quando a sua porta de casa foi brutalmente arrombada com um pontapé. Militares gritavam palavras que ele não percebia, apenas entendeu, que o seu vizinho do lado, Frank, 0 tinha denunciado pelo grave crime de ter nascido judeu.


Foi levado para um local triste, escuro. A Morte saltava de ramo em ramo, principalmente à noite, quando não havia sons.


Eram obrigados a trabalhar duramente, todos os dias, mesmo quando a saúde ou a saudade de entes queridos não o permitiam.


Todos os judeus capturados eram colocados em pequenas instalações, sem qualquer tipo de higiene, o que mostrava a impiedosa crueldade com que os "nazis" tratavam estas pessoas.


Phillip sentia-se encurralado, olhava para as feridas que tinha ao longo do corpo, lembrando-se de toda a sua vida, procurando razões para merecer tal sentença.


Ele estava em Auchwitz, campo de concentração que tinha como objectivo levar todos os judeus que para lá iam ao cansaço físico e mental, até que desejassem a sua própria morte. E quando isso não acontecia, utilizavam variados métodos para a chacina.


Certa noite, deitado na suja cama que exalava tristeza, Phillip pensava em Ann, recordava-se dos momentos em que sentia paz, em que o sol iluminava as nuvens, dizendo-lhes para se libertarem da vida, aproveitando o belo momento que é o "agora".


No dia seguinte, estava ele a carregar uma bigorna que ocupava todas as suas forças, quando o seu olhar se cruza com um conhecido, era Ann. 0 seu coração ficou dividido. Bateu rapidamente num agitado compasso de saudade, mas ficou fora de si por compreender o perigo em que sua amada se encontrava. Pânico envolveu o seu corpo, como se de um parasita se tratasse.


Eles agora entendiam o erro que tinham cometido ao não aproveitar os bons momentos, quando podiam estar juntos e não estavam. Naquele instante percebiam que se amavam verdadeiramente.


Ann e Phillip estavam fracos, mal alimentados, e o facto de mal se verem, piorava as coisas. Os seus quartos eram muito afastados, mas mesmo que não o fossem, havia sempre um guarda que não os deixava sair daquela prisão desumana.


Já se tinham passado alguns meses desde que o casal chegara ao campo, mas naquela manhã eles receberam uma notícia trazida pelo sombrio director de Auchwitz: iriam poder tomar banho. Seria o primeiro desde que ali estavam, dando uma réstia de esperança de que conseguiriam limpar as mágoas.


Finalmente algo de bom acontecera. Era como se de um milagre se tratasse. Ann encontrou Phillip no meio da multidão. Os seus olhos azuis brilhavam, e nas suas lágrimas escorria a alegria do amor que ansiava que a água caísse pelos chuveiros.


As câmaras de gás eram um método comum utilizado nos campos de concentração para a chacina. Libertavam um gás letal à inalação. Em cada utilização, eram mortos mais de seiscentos judeus. Estas câmaras eram semelhantes a chuveiros.


Frederico Castro nº 9 11º B

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Caros amigos

Em breve iremos reiniciara  publicação de textos. Até lá, vejam esse globo terrestre que coloquei agora.
A luzinha que se acende, representa a vossa presença. Ainda tem poucos pontos indicando visitas, mas isso é porque só as conta a partir deste momento.

SetoraGBSN@gmail.com

domingo, 4 de julho de 2010

Casa nº7



Lembro-me de ser criança e chegar aquela estrada, onde vendiam cães pequenos que ladravam sem parar, talvez à procura dos pais. Num tom rosa muito claro, um telhado numa cor forte, os portões novinhos em folha, de ferro, sem uma ponta de ferrugem. Com umas varandas para eu brincar no verão, uma janela redonda no quartinho dos brinquedos e, o cheirinho bom dos cortinados brancos que percorriam toda a casa. O jardim completava a casa. Aliás, o jardim fazia a casa muito mais bonita do que ela, realmente era. Flores, palmeiras e arbustos à volta da casa, deixavam cair, todos os anos, uma boa quantidade de folhas. Com elas dava para construir uma mansão para os pássaros, dizias tu.
Sentava-me nos degraus da segunda entrada, mesmo por cima da varanda do meu quarto, com o meu vestido branco. No Outono, as folhas cobriam os meus pés e na infância brincávamos todos juntos. Víamos quem atirava mais folhas ou quem apanhava mais. Muito gostava eu de guardar folhas com diferentes cores, naquele livro que estava no quarto cor de céu. No segundo andar, lá estava ele, muito escondido na primeira gaveta da cómoda, onde ninguém metia o bedelho. Só eu e tu. Partilhámos segredos como o sol partilha o dia com a lua. Ninguém sabia das nossas coisas. Tudo o que nos rodeava era brilhantemente, verdadeiro. O cão corria à volta da casa e adorava atirar-se para os montes de folhas, empilhados, para deitar para o lixo. Na sala de estar tu contavas as memórias e os brinquedos. Contavas as brincadeiras e segredos. Contavas os números e as histórias. Era lá que, muitas vezes, ríamos juntos ou chorávamos. Era lá que uma lágrima, passava a um sorriso. Mas tudo isso não passou duma fase. Porque agora crescemos e cada um seguiu o seu caminho. Mas, para além de tudo isto, continuo a gostar de ti e a relembrar todos os momentos que passámos, não só porque foram únicos e porque não vou partilhá-los com mais ninguém, mas também porque não podem ser repetidos e porque tu és tu. Apesar de tudo, ninguém ocupa o teu lugar. Por agora, a casa lá está. Abandonada. Esquece o número sete, passou a número quatro. A ferrugem instalou-se e está fechada a cadeado. Ninguém sabe de nada. Dos nossos segredos. Das nossas brincadeiras. Das folhas e do livro que está guardado na primeira gaveta da cómoda. Da sala dos brinquedos, do quarto cor de céu. Só eu e tu. Nós.


(Texto inventado a partir da fotografia acima, também feita pela Raquel)
Raquel Alexandra 11º / 12º E

sábado, 19 de junho de 2010

Um Amor com Barreiras




No passado Verão, fui “invandida” por um sentimento que mudou a minha vida: O Amor.
Estava a passear na praia, quando vi algo que despertou a minha atenção. Era um rapaz de estatura média, olhos verdes e cabelo um pouco ondulado de cor clara. Eu fiquei fascinada com a beleza que ele irradiava. Como eu era muito tímida, decidi observá-lo sem dar nas vistas. A princípio não percebi que o amor me “tinha apanhado”.
            Nessa noite, a imagem dele não me “saía da cabeça”, olhava pela janela e via-o em toda a parte, foi assim que percebi que estava apaixonada.
            No dia seguinte, depois de uma noite mal dormida, tentei ir à sua procura para o observar novamente. Fui ao parque, ao supermercado, ao ginásio, à biblioteca... Mas não o encontrei em lado nenhum. Fiquei um pouco desiludida pois comecei a pensar que tudo isto tinha sido apenas um sonho.
            Voltei para casa e decidi não pensar mais nele...Mas isso era impossível!
            Uns dias mais tarde, voltei a encontrá-lo sentado num banco de jardim. Ele aproximou-se de mim e “meteu conversa”. Quanto mais falávamos, mais tinha a certeza que já o conhecia. Viemos a descobrir que tinhamos frequentado o mesmo jardim de infância. A conversa foi tão interessante que não dei pelo tempo passar. Quando começou a escurecer, ele levou-me a casa e disse que gostaria de me voltar a ver.
            Durante três dias, não me contactou, e pensei que ele tivesse ficado desiludido comigo.
            No quarto dia, telefonou-me e convidou-me para jantar. Eu fiquei muito contente e aceitei. Combinámos que me iria buscar às dezanove horas a minha casa.
            Ele foi-me buscar à hora combinada, e fomos para um restaurante muito famoso naquela vila. Eu nunca lá tinha entrado. Fiquei fascinada com o ambiente e decoração desse local. Jantámos, conversámos, e no fim ele convidou-me para dançar. Criou-se um clima de romance tão forte que acabámos por nos beijar, e eu fiquei corada.
            No caminho para casa, ia em silêncio pensar no que tinha acontecido. Ele ao ver-me tão calada perguntou-me se eu gostara do beijo. Eu não lhe respondi, mas, interiormente, estava feliz.
            No dia seguinte, veio ter comigo e perguntou-me se queria namorar com ele. Eu fiquei feliz pelo pedido e aceitei. Beijámo-nos, novamente, com um beijo muito melhor que o primeiro.
            Os dias foram passando, o nosso namoro ia “de vento em popa”. Eu estava feliz e ele também, achava eu!
            Decidi contar aos meus pais quem ele era e estes proibiram-me de o ver. Eu fiquei muito furiosa, e decidi quebrar todos os obstáculos que estes me impunham, para estar com ele, pois eu estava “cega” de amor.
            Certo dia, depois de discutir com os meus país e de ter fugido novamente de casa, fomos à feira popular e estivemos numa das barraquinhas de jogos. Depois de vários jogos perdidos, ele ficou furioso, amuado e começou a tratar-me mal. Entretanto, encontrei um colega e falei com ele. O meu namorado ficou “cheio de ciumes” e proibiu de me aproximar de qualquer rapaz. Foi nessa noite que descobri a maioria dos seus defeitos. Ele já não era a pessoa, que eu conhecera na praia: o rapaz dos meus sonhos. Acabei por regressar a casa sozinha pois ele trocou-me pelos jogos.
            Fiquei a pensar nas suas atitudes, e no outro dia, decidi falar com ele. Informei-o que não mandava na minha vida, como tal podia falar com quem quisesse, vestir-me como quisesse e fazer o que me apetecesse. Ele ficou furioso e acabou tudo comigo. Chorei, e não conseguia deixar de pensar nele. Ainda pensei que podíamos reatar o namoro, e fui, no dia seguinte, à sua procura.
            “Caiu-me o coração aos pés” quando o vi aos beijos com outra. Percebi que ele não merecia o meu sofrimento, e como tal devia esquecê-lo.
            O que é certo é que não o esqueci, pois aparece em todas as minhas recordações de Verão.
            Foi com este namoro que aprendi que o Amor não é perfeito e que, por vezes, coloca “Barreiras” que são dificeis de ultrapassar.

Alunas do 10º B, 2009/2010, agora já no 11º ano, sem turma

Patricia Monteiro, nº 20
Daniela Carlos, nº 27




segunda-feira, 7 de junho de 2010

Reencarnações... bem, estas meninas já tinham nascido, mas imaginação não lhes falta

Hoje sou a Marta, uma miúda normal, capaz de fazer tudo por todos. Tenho 15 anos e ando no liceu Rainha Dona Amélia. Quem olha para mim não imagina quem um dia fui.
Noutra vida, fui a princesa Diana, uma mulher determinada, jovem, esbelta e justa. Casei com o príncipe Carlos de Inglaterra, que me traiu.
Ajudei crianças, muitas crianças, penso que toda a gente gostava de mim, não sei de ninguém que me odiasse.
Tive dois filhos, o William, o mais velho, loiro tal como eu e o Harry, o mais novo. Amei-os muito, mais do que qualquer coisa no mundo.
Morri num acidente de carro e vi no meu funeral muita gente, gente triste, gente interesseira, e os meus queridos filhos desolados com a minha morte. Queria abraça-los, dizer-lhes o quão importantes eram para mim, mas não conseguia, nem sequer um sinal enviar-lhes, para eles perceberem que não os abandonei.
Algo me chamou, foi então que vi uma luz muito brilhante… eu queria muito ir ter com ela mas não podia deixar os meus filhos sozinhos, tinha medo que eles se tornassem pessoas rudes e más.
Foi então que Carlos disse: “A vossa mãe ficará em paz, e mesmo não estando entre nós, ela vos unirá”.
Foi com o que Carlos disse que percebi que eles iam ficar bem, cuidariam um do outro e ninguém os conseguiria afastar. Estava na hora de partir, fui ao encontro da luz, aquela luz que me fascinava tanto, que captava a minha atenção como se eu tivesse encontrado algo de novo e maravilhoso.
Quando atravessei a luz vi uma pessoa com uma mascara, e por detrás dela estavam mais pessoas, eu queria falar mas só conseguia berrar e chorar e quando me pegaram percebi que era uma bebé, vi a alegria da mãe a pegar na sua bebé e a dizer: “Marta, minha querida Marta”.


Maria Inês Soares Nº16
Marta Ribeiro dos Santos Nº17
Suelen Dias Nº 24
10ºB

domingo, 30 de maio de 2010

IMAGINAÇÃO... DE RAPAZ!



Passa mais um dia e estou em casa, sentada na minha cadeira de madeira a olhar pelos vidros embaciados da minha janela para a Rua do Poeta, cheia de carvalhos em tons de verde e castanho carregados de folhas.
Mais um dia fechada em casa, sozinha nesta prisão. Tenho setenta e sete anos e não vejo bem. Não tenho netos nem mesmo filhos, não casei, não tenho nenhum amado e os meus pais já estão no céu. Estou sozinha neste mundo, ninguém me quer.
Batem à porta e nesse momento um grande sentimento de insegurança surge no meu corpo suado. Não sei o que fazer. Mas quem será? Não conheço ninguém. Nunca ninguém vem visitar-me. Será alguém mau? Devo abrir a porta ou fingir que não estou cá? De repente, oiço mais uma vez: “Tuc, tuc, tuc”. A porta treme com as pancadas. Nervosíssima e cheia de medo fico calada à espera.
- Está alguém em casa? Publicidade!
Apenas a publicidade. Estou farta desta vida de insegurança, desta prisão, desta vida de velha. Quero voltar à minha juventude, ser criança, voltar a correr e a brincar. Quero conhecer outra vez o sentimento que outrora senti, olhar para o espelho e ver beleza, sentir o amor mais uma vez, alguém que me abraçasse e cuidasse de mim quando fosse preciso.
Se fosse assim tão fácil voltaria atrás na minha vida. Seria poetisa, escreveria poesia, simples, mas linda e magnífica poesia.

Autor: José Barbosa, nº12, 10ºD
Professora: Ana Lúcia Chaparro

Era uma vez


Era uma vez um grupo de amigos que vivia no mesmo bairro. Eles eram bem novos, mas as suas preocupações eram de gente crescida, e todos eles andavam cansados das tarefas infindáveis que tinham para fazer, então esses amigos juntaram-se os quatro para, por umas horas, pelo menos, relaxarem e se abstraírem. Então o Amor foi à casa da Poesia para juntos irem buscar a Juventude para irem ter à casa da Beleza, e para lá ficarem, simplesmente.
Não fazer nada ia saber muito bem, aliás, estava a saber muito bem. Os quatro amigos não faziam nada, simplesmente falavam, sobre futebol, sobre as notas da escola e sobre as férias, que ainda tardavam a chegar. Foi como se tivessem posto os seus cargos no modo stand-by ou mesmo off.
Adormeceram, e o mundo morreu.

Autor: João Pereira, nº11, 10ºD
Professora: Ana Lúcia Chaparro

terça-feira, 11 de maio de 2010

Diário (Fictício)

Manteigas, 17 de Abril de 2010


Querida Sheila,

Olá! Hoje está um belo dia lá fora: está sol, os passarinhos cantam, a minha mãe lavra a terra lá fora……….ah, o costume.

Como sabes sou uma pessoa muito lúdica, então, às 07:00h da matina estava eu a jogar xadrez com a Flora (a minha amiga imaginária) e desta vez ganhei! Não sei como, ela devia estar distraída ou assim…. Ou se calhar sou eu que estou mais aplicada! Fiquei muito feliz porque foi a primeira vez…

15:00h. Alguém bateu à porta. Pensei que fosse o meu pai que voltava do mercado com as batatas que sobraram da colheita do mês passado, mas afinal estava enganada. À porta estava um senhor com bigode. Ainda pensei que fosse da TV Cabo (sim, aqui em Manteigas ainda não existe MEO), mas ele disse que me ia teletransportar para uma visita de estudo onde a minha professora me esperava. Eu achei aquilo tudo muito estranho, mas a minha mãe obrigou me a ir, disse que queria ficar em casa com o meu pai esta noite para ver o “Quando o telefone toca”, mas cá para mim é a noite do bingo, ou a das palavras cruzadas…

16:00h. Escapei-me do cinto! A minha mãe fica um pouco assustadora quando eu não faço o que ela manda e acaba sempre por chamar o meu pai que puxa sempre do cinto.

Ora bem, entrei dentro do avião que me ia teletransportar com o senhor bigodes, mas o senhor atrapalhou-se enquanto penteava a sua bigodaça (uau! Nunca vi um bigode tão grande! Este tem quase 50 centímetros) e fomos para a um sítio completamente diferente… de nome “Damaia”. Uau! Aquilo é um espanto! Ali a gente tem umas roupas super giras!

A rapariga que eu conheci, chama-se Diolinda, disse-me que as roupas da moda agora eram a meia branca por cima das calças fato-de-treino roxas e o casaco verde fluorescente com riscas amarelas e azuis. Ah! E para não esquecer a palavra-chave: um objecto muito giro, mas que agora não me lembro do nome, era qualquer coisa como Bling-Bling ou assim… Bem, o Mr. Bigodes está a tentar arranjar a maquineta que nos vai levar finalmente para a visita de estudo e está a pedir-me ajuda. Escrevo-te amanhã amiga! Beijocas


Damaia, 18 de Abril de 2010

Querida Sheila,

Continuo na Damaia! Bem, hoje quando acordei, em vez de ver o sol a brilhar e ver a minha mãe a lavrar, acordei com um súbito barulho de disparos… Não percebi porquê. Esta gente tem ar de ser tão pacífica até andam com navalhas nos bolsos para defender essa paz, pelo menos foi o que o Celso me disse.

13:00h. Mais disparos. Deve ser o fogo-de-artifício.

13:20h. Gritos. Deve estar a dar um concerto dos Metallica.

14:00h. O Carlitos (amigo dos bigodes) está a chamar-me, já deve ter arranjado a traquitana.

16:25h. Chegámos ao nosso destino (ou pelo menos achava eu que sim…). Uau! Tanta água! Devem ser as piscinas municipais! Sheila, estou a ver uma placa. Diz…………. (começa a ler a placa) …… “praia do Ancão”. Ai, o Carlitos deve ter-se enganado outra vez! Vou voltar para a avioneta, estou com esperanças que à terceira seja de vez.

21:03h. O “C” (alcunha que dei ao Carlitos) ressona que nem um porquinho, estou a dar em louca!

21:21h. Alguém está a pensar em mim….

23:11h. Finalmente! Cheguei finalmente ao nosso destino. Uau! O meu novo visual “damaiano” está a causar furor…. As pessoas até já comentam! Isto está a dar resultado… sabes o que quer dizer “chungalhada”? Deve ser uma maneira querida de dizer “gira” não achas? Olha, estou a ver a professora Graciete a acenar-me do acampamento. Estou a ver um porquinho, ah não! Afinal é só a Caetana.

00:02h. Hora de deitar! Boa noite e até amanhã! Beijinhos


Texto de Madalena Perestrelo Morais 10º G

domingo, 14 de março de 2010

Histórias Buziáticas

MENSAGEM PUBLICADA PELA PROFESSORA ANA VIEIRA 7º ANO


Este é o primeiro texto seleccionado, redigido por uma aluna, a propósito de uma actividade que fizemos na aula: a continuação de uma frase retirada do conto de Sophia de Mello B. Andresen «O Búzio».A frase aparece entre aspas, o resto é fruto da imaginação desta «Princesa».
Histórias Buziáticas

«Quando eu era pequena, passava às vezes pela praia um velho louco e vagabundo a quem chamavam o Búzio.»
Envergava um fato de marinheiro, que parecia da “loja dos trezentos”. Era uma loja gigante, onde tudo se encontrava a apenas 1€. Tudo, como quem diz nada. Mesmo com muita variedade faltavam algumas coisas, como chocolate.
O velho cheirava a mar, e apenas a mar. Não posso dizer que era solitário, estava sempre acompanhado pelo seu único e fiel amigo, o Concha. O Concha tinha uma “pata de pau” e uma pala nos olhos. Já dá para imaginar o que vai sair daqui…
Todas as manhãs o velho sentava-se num rochedo, que até já baptizei, chamei-o “Sentado”, e olhava para o mar.
Um dia decidi aproximar-me, dizer-lhe olá, e perguntar no que pensava. Não tinha intenções de o ofender, só o queria ajudar.
O velho, contente com a minha “coragem”, explicou-me que estava a pensar nas suas aventuras. Há já alguns anos, estava calmamente a fumar um charuto, no seu lindo barco de papel quando uma grande baleia branca saltou das águas calmas do mar azul e destruiu o seu barco. E com tanta força, que conseguiu atirá-lo borda fora, partir a perna ao cão e cegar um dos seus olhos!
Desde então todos os dias olhava para o mar, sentado no “Sentado”, à espera que a baleia voltasse para devolver o que lhe tirou e o que tirou ao seu cão.
Achei estranho porque uma vez dei banho a uma boneca de papelão e ela morreu. Provavelmente era alérgica a champô de maçã. Perguntei-me como é que um barco de papel não morria também.
Depois também achei que as baleias não comiam papel, e ainda por cima salgado por causa da água do mar…
No dia seguinte, o velho desapareceu, ele e o seu cão, e nunca mais voltou.
Mapuda, 7º 3ª


MENSAGEM PUBLICADA PELA PROFESSORA ANA VIEIRA

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Um Sonho

Desde aquela tarde, escura e fria, dou por mim a pensar em ti, a pensar em como seria a minha vida se não tivesses partido, em como seriam as coisas contigo por perto…A pensar na nossa primeira viagem, na primeira vez que me fizeste rir e em outras coisas que se seguiram, a pensar em como nos conhecemos e como me deixaste…
Como tiveste a lata de me trocar por outras coisas? Como fui capaz de na altura dizer que não fazia mal e que ia ficar tudo bem? Como?!? Mas sim o amor tem disso…cedências… estava à espera de um pouco mais de ti, à espera de um pedido de desculpas, não sei, à espera que te dignasses a pelo menos voltar e dizer o verdadeiro motivo da tua partida e porque teve de ser daquela maneira, tão repentina e aparentemente sem explicação.
Sofri e sofro até hoje pois pior que uma verdade cruel é a indiferença… Sofro como se fosse agora, sofro como se estivessem a tirar parte de mim sem estar anestesiada, talvez sofra mais para veres o quão grande é esta dor… Dói mais que uma dor de dentes, penso (e olha que dizem que é das piores dores que se pode ter!).
Agora, não sei como abri os olhos, olhei para o lado e cá estás tu… Com esta tua maneira de sorrir e de agir, com este teu olhar, como se a nossa relação não tivesse sofrido nada, como se estivéssemos melhor que nunca e como se nunca me tivesses abandonado.
PENSO: “Terá sido alguma visão, algum sonho? Se sim, porque sinto eu um vazio uma dor muito profunda?” A verdade é que para estas perguntas não encontro resposta; espero que tenha sido um pesadelo (um sonho mau como dizem os mais novos), pois quero-te sempre ao meu lado e porque para mim a minha vida perde todo o sentido sem ti por perto. Simplesmente AMO-TE e és o meu sonho tornado realidade!!!
Suelen   10º ANO Turma B

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Escrita Criativa - “Um Sonho”

Éramos ambos novinhos quando o vi pela primeira vez. Fechei os meus olhos e foi como ter um “flash-back”: estar ali como se estivesse nas escadas de um antigo palácio num lindo baile de Verão, a ver as luzes, os candelabros e ali estava ele, no meio da multidão, com um sorriso perfeito! Caminhava na minha direcção e disse-me “olá”, um pequeno gesto, eu sei… E a meio do baile todos se juntaram em pares e ele escolheu-me a mim, mas o meu pai disse para ele se afastar de mim e eu larguei-o e comecei a correr e a chorar para que ele não me deixasse e eu disse-lhe: “Por favor leva-me para um sítio onde possamos estar sozinhos, eu vou estar à espera, tudo o que temos a fazer é fugir, tu serás o príncipe e eu a princesa, é uma história de amor, diz-me só que sim!”
Mais tarde ele veio ter comigo e durante aquele momento, a única coisa que pedia a Deus era que o meu pai não nos descobrisse. no meio de tanto nervosismo, ele abraçou-se a mim, prometeu que iria correr tudo bem, que ficaríamos juntos para sempre e desapareceu.
Fiquei preocupada e pensei que nunca mais o iria ver, mas dois dias depois ele e o meu pai chegaram com um vestido branco nas mãos e ele pediu-me em casamento! Foi o momento mais feliz da minha vida… Pelo menos enquanto estava a sonhar porque depois disto acordei, com um sorriso na cara. Foi o melhor sonho que tive até hoje!


Sonhado por
Carina e Inês Oliveira